IBGE e Ministério da Saúde recebem prêmio internacional por pesquisa sobre tabagismo

Cinco entidades internacionais premiaram o Brasil pela realização de pesquisa sobre o uso de cigarro no País. A Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab), divulgada em novembro do ano passado, foi feita graças a uma parceria entre o IBGE e o Ministério da Saúde. O prêmio, recebido pelo presidente do instituto, Eduardo Nunes, e pelo ministro José Gomes Temporão, foi oferecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Panamericana da Saúde (OPAS), Fundação Bloomberg, Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) e Johns Hopkins University.

O ministro José Gomes Temporão, ao receber o prêmio, agradeceu aos profissionais envolvidos. “Na verdade, esse prêmio pertence aos técnicos do Instituto Nacional de Câncer, que se empenharam na realização da pesquisa, e também aos profissionais do IBGE”, afirmou.

Investimentos e resultados

O Ministério investiu R$ 2,1 milhão na pesquisa – R$ 1,7 milhão do orçamento da Divisão de Epidemiologia para a Vigilância do Tabagismo do INCA e R$ 400 mil do orçamento da Secretaria de Vigilância em Saúde. Outros R$ 2,8 milhões foram aplicados pelos cinco parceiros internacionais.

De acordo com Temporão, os resultados da PETab e do suplemento PNAD Saúde vão servir para que o Ministério possa fazer uma revisão dos caminhos adotados e refinar as políticas públicas para melhorar o atendimento de saúde à população. Eduardo Nunes  exaltou a novidade relacionada à realização da pesquisa sobre tabagismo, que levou o IBGE a incluir perguntas sobre o tema na pesquisa mais abrangente do suplemento sobre saúde.

Mais pesquisa

O ministro informou que o Ministério e o Instituto começaram a conversar sobre a necessidade de se fazer um inquérito nacional sobre morbidade para refinar a pesquisa PNAD.

Segundo o ministro, é necessário ter mais detalhes sobre as respostas dos entrevistados, como no caso de perguntas sobre a realização de exames. A exemplo de outros países, o entrevistado poderia ser solicitado a apresentar os exames que disse ter realizado. As cinco instituições atuaram como parceiras ao incentivar a realização de pesquisa de tabagismo em 14 países. O Brasil foi o primeiro a finalizar esse levantamento. “Este prêmio coroa a parceria entre o Ministério da Saúde e o IBGE que fazem uma série de pesquisas para conhecer as condições da saúde do brasileiro e, assim, poder melhorar acesso e atendimento na rede pública”, destacou o ministro Temporão durante a entrega do prêmio, na sede do IBGE – RJ,no dia 31 de março.

Dados

De acordo com os dados, 17,2% brasileiros fumam e, desses, 52,1% pensam em parar. Além da prevalência de fumantes, a PETab apresentou dados inéditos como: o gasto do brasileiro com cigarro; o impacto da mídia na percepção das pessoas sobre a droga; e a proporção dos dependentes que tentam deixar o vício e recorrem à assistência na rede pública de saúde.

O ministro José Gomes Temporão considera que PETab foi a pesquisa mais ampla já feita no País sobre o tabagismo e tem uma repercussão na formulação de políticas públicas. “Em cima desses números, nós fazemos o planejamento de intervenções. Montamos uma estratégia mais abrangente, no sentido de definir prioridades do nosso trabalho, do controle de tabagismo”, ressalta.

Tabagismo e regulação da propaganda

O IBGE entrevistou 39 mil brasileiros. Além do R$ 1,7 milhão investidos na pesquisa pelo Ministério da Saúde, outros R$ 2,8 milhões foram aplicados pelos cinco parceiros internacionais. Os demais países que receberam recursos para fazer o levantamento de tabagismo foram: Bangladesh, China, Filipinas, Índia, México, Egito, Polônia, Rússia, Tailândia, Turquia, Ucrânia, Uruguai e Vietnã.

O estudo realizado no Brasil confirma a importância do esforço que vem sendo feito em relação à regulação da propaganda de cigarros. Ao todo, 65% dos entrevistados pelo IBGE pensaram em parar de fumar por causa das fotos ou advertências nos maços de cigarro. O fumo foi reconhecido pelos entrevistados como causa de derrame (73,1), ataque cardíaco (86%) e câncer de pulmão (95%).

Fonte: Agência Saúde e Agência de Notícias INCA