A Cirurgiã-Dentista Denise Abranches (CRO-SP-75559), de 47 anos, é a primeira brasileira voluntária a receber a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, fora do Reino Unido, em teste contra o novo coronavírus. Segundo a coordenadora da Odontologia no Hospital de São Paulo, esse é o maior desafio de sua carreira em mais de 20 anos de trabalho como profissional da saúde. O Brasil integra o plano mundial de desenvolvimento da vacina e foi o primeiro país a realizar os testes de Oxford, depois do Reino Unido, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo a Cirurgiã-Dentista, a inspiração em se voluntariar no projeto surgiu exatamente por estar na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Para a pesquisadora e docente, o sentimento é de dever cumprido ao se voluntariar no projeto. “A rotina de trabalho no cuidado com a saúde bucal de pacientes internados em decorrência da Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva, do Hospital São Paulo, reforça, ainda mais, a importância da nossa capacidade, enquanto profissionais essenciais na equipe multiprofissional hospitalar, também nesse momento de pandemia; da mesma forma como já lidamos com pacientes com outras doenças. Se voluntariar é um ato de amor para contribuir na luta contra esse vírus”, explicou.
A Cirurgiã-Dentista faz parte do grupo de dois mil voluntários em São Paulo e no Rio de Janeiro que estão recebendo doses do imunizante em teste. No estado, segundo a Unifesp, passam por testes profissionais da saúde e outros funcionários do Hospital São Paulo, que têm entre 18 e 55 anos, estão expostos ao vírus, mas não foram infectados. Como o estudo é randomizado, parte do grupo recebeu a vacina em teste contra a Covid-19 e outra parte recebeu um imunizante contra meningite. A seleção aleatória é realizada para que se observe como será o a resposta imunológica dos voluntários testados de forma imparcial. Os testes com brasileiros vão contribuir para o registro da vacina no Reino Unido, previsto para o final deste ano. O registro formal, entretanto, só deve ocorrer após o fim dos estudos em todos os países participantes.
Para o Presidente do CFO, Juliano do Vale, a iniciativa da Cirurgiã-Dentista representa um marco histórico na luta contra o vírus que já registrou mais de 10 milhões de pessoas infectadas e mais de 500 mil mortes em todo o mundo. “Neste cenário de pandemia, a Odontologia nacional também se destaca pela produção científica mundial e no trabalho essencial desenvolvido na equipe multiprofissional hospitalar. A assistência odontológica a pacientes em regime de internação hospitalar pode reduzir o tempo de internação e os riscos de infecção, a exemplo da redução do risco de aquisição de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM); além de permitir o diagnóstico precoce de doenças graves. Nosso respeito, reconhecimento e gratidão a todos os profissionais da Odontologia que estão na luta contra a Covid-19”, completou.
Por Michelle Calazans, Ascom CFO / Com informações do Jornal Folha de São Paulo
imprensa@cfo.org.br