No mês de dezembro, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) com o apoio dos Conselhos Regionais (CROs), fortalecem a campanha nacional de prevenção ao HIV/Aids, intitulada como Dezembro Vermelho.
A campanha foi instituída no Brasil, por meio da Lei nº 13.504/2017 e tem como objetivo, conscientizar a população para o tratamento precoce da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). O mês de dezembro foi escolhido pelo Ministério da Saúde em virtude do Dia Mundial de Combate à AIDS, em 1° de dezembro.
De acordo com o Ministério da Saúde, de 1980 até 2022, foram identificados mais de 1 milhão de casos de AIDS no Brasil. Destes, mais de 700 mil diagnosticados são homens, e a maior concentração se encontra entre jovens de 25 a 39 anos. Além disso, é estimado que cerca de 100 mil estão infectadas, mas não possuem o diagnóstico.
O Cirurgião-Dentista é capaz de reconhecer precocemente as manifestações bucais associadas ao HIV, devido à altas lesões na cavidade oral, como, ulcerações, doença periodontal, candidíase, lesões por HPV e leucoplasia pilosa (placa branca nas bordas da língua).
Compete ao Cirurgião-Dentista reconhecer a saúde bucal do paciente com HIV, e tomar medidas de biossegurança tanto para o profissional quanto para o paciente, orientando-o também sobre como a má higiene bucal propicia o aparecimento de lesões e infecções que podem prejudicar o seu estado de saúde geral.
Juliana Schussel, professora de Estomatologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membra da Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral (SOBEP), enfatiza a importância do Cirurgião-Dentista no diagnóstico da doença. “Desde os estágios iniciais a AIDS e outras ISTs podem apresentar manifestações bucais, ressaltando a importância do Cirurgião-Dentista no diagnóstico precoce dessas condições. Uma pronta identificação e encaminhamento para tratamento são cruciais para a saúde integral do paciente. Além disso, a orientação e a educação em saúde desempenham um papel vital na prevenção de reinfecções e novas contaminações. O profissional deve estar preparado para acolher e orientar os pacientes da melhor forma possível”, afirma.
Por Julia Bonizio, Ascom CFO.
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