Dia Internacional da Mulher: CFO ressalta importância histórica de luta das mulheres na odontologia

O Conselho Federal de Odontologia (CFO) destaca, neste 8 de março – Dia Internacional da Mulher –, a importância da trajetória histórica das mulheres na odontologia. A data remete, inclusive, à contribuição ao marco mundial de luta feminina por melhores condições de vida e de trabalho, no âmbito social, político e econômico. Além disso, o 8 de março chancela a própria história da odontologia brasileira que hoje é majoritariamente composta por “elas”, em diversos campos de atuação.

A busca por direitos e igualdade em âmbito mundial na odontologia remete à pioneira Lucy Beaman Hobbs Taylor (1833-1910), primeira mulher a receber a graduação de Cirurgiã-Dentista nos Estados Unidos. No século XIX, quando surgiram as primeiras faculdades de odontologia, as mulheres tiveram que lutar para obter licenciamento, graduação e reconhecimento. Lucy Beaman Hobbs Taylor se interessou, inicialmente, pela área médica e foi recusada pela faculdade de medicina em Ohio, que sugeriu que ela optasse pela odontologia. Em 1861, ela tentou ingressar na faculdade de Odontologia e, mais uma vez, seu acesso foi negado, por ser mulher.

Lucy então foi trabalhar no consultório de Jonathan Taff, diretor da faculdade de Odontologia de Ohio, à época. Com a prática, Lucy resolveu abrir o próprio consultório, uma vez que a atividade prática, na época, era permitida mesmo sem a graduação. Anos mais tarde, reconhecida pelo seu talento, foi admitida pela Sociedade Odontológica de Iowa, fato que influenciou a Ohio College of Dental Surgery, que então admitiu Lucy como aluna e, em seguida, a concedeu o diploma de Cirurgiã-Dentista. Ela casou-se com James M. Taylor e ensinou a prática da Odontologia ao marido. Os dois trabalharam juntos até a morte de James, em 1886, quando Lucy passou a também defender os direitos das mulheres.

No Brasil, Isabella Von Sydow foi a  primeira mulher a se graduar em odontologia, 40 anos após Lucy, compondo o time dos quatro profissionais formados pela escola de odontologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro — os outros três eram homens, integrantes da primeira turma da escola. O registro histórico mostra revela que, as primeiras mulheres Cirurgiãs-Dentistas vinham de família com pais e maridos Cirurgiões-Dentistas que as ensinavam o ofício.

Na década de 1960, quando os Conselhos de Odontologia foram criados, os homens ocuparam 90% do mercado de trabalho odontológico no Brasil. Hoje, as mulheres representam mais de 71,82%, incluindo Cirurgiãs-Dentistas, profissionais técnicas e auxiliares com inscrição ativa; são 381.758 mil profissionais mulheres em pleno exercício em todo o país, do total de 538.104 mil inscritos no Sistema Conselhos.

O avanço da representatividade feminina na Odontologia também se faz presente em grupos de estudos e pesquisas, nas lideranças políticas e sindicais, nas coordenações municipais e estaduais de saúde e na atual Coordenação-Geral de Saúde Bucal, do Ministério da Saúde. A militância feminina na odontologia segue com força total também no Sistema Conselhos, por meio de presidências de diversos Conselhos Regionais de Odontologia e no Plenário da atual gestão do Conselho Federal de Odontologia.

Nesta data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975, o CFO parabeniza, homenageia e agradece o empenho de todas as mulheres que contribuíram e contribuem para a excelência do atendimento odontológico nacional no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede particular; bem como no trabalho desenvolvido no Sistema Conselhos. Feliz Dia Internacional da Mulher.

Por Michelle Calazans, Ascom CFO
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