Um em cada 10 internados no Instituto do Câncer tem até 30 anos

Cigarro ou álcool fizeram parte do histórico de 23% dos atendidos no local. Maioria chega com doença em estado avançado, diz diretor do hospital.

Hoje, um em cada dez pacientes do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) Octavio Frias de Oliveira tem até 30 anos de idade. O dado é apontado pelo primeiro perfil dos pacientes do hospital divulgado nesta quarta-feira (16).

“Apesar de ser uma doença da população mais idosa, o câncer atinge todas as idades”, explica o diretor do Instituto do Câncer, Giovanni Guido Cerri.

O estudo também mostra que dos 14,6 mil pacientes atendidos no hospital desde sua inauguração, em maio de 2008, 23% (ou aproximadamente um em cada quatro) possui histórico de tabagismo ou alcoolismo.

Os homens lideram a relação com o álcool e o cigarro. O índice de tabagismo chegou a 26% dos pacientes do sexo masculino e o de alcoolismo, 12%. Já entre as mulheres com câncer atendidas no local 11% têm histórico de tabagismo e 2% de alcoolismo.

No entanto, as mulheres são a maioria entre os pacientes do Icesp. Segundo o levantamento, 60% dos internados no local são do sexo feminino. No ambulatório do hospital, 66% dos atendimentos também são feitos em mulheres.

Cerri revela que um dado que não conta do levantamento é o mais preocuopante. “A maioria dos pacientes chega com câncer em estágio avançado”, afirma. “E tumores como o de mama, próstata, intestino e útero que têm grande frequência em nosso meio são tratáveis e curáveis em 90% dos casos quando diagnosticados numa fase mais precoce.”

Cigarro x câncer

Os maiores índices de tabagismo foram encontrados entre os pacientes dos grupos de urologia e de cirurgia torácica, com 46% e 44% do total de pessoas atendidas, respectivamente.

Entre os homens atendidos na cirurgia torácica o índice de tabagistas chega a 61%. Os números mais altos de consumo excessivo de álcool foram verificados entre os pacientes do grupo de cirurgia geral, com 20% do total de atendimentos, sendo 41% dos homens.

Já entre os pacientes que passaram pelo grupo de cirurgia do aparelho digestivo o índice de tabagismo chegou a 42%, sendo de 52% entre os homens. Entre os atendidos pela equipe de cirurgia de cabeça e pescoço, 32% têm histórico de tabagismo (55% dos homens), e no grupo de neurocirurgia o índice chega a 35%.

Fonte: G1 – 16/12/2009