Cerca de um terço dos 220 mil cirurgiões-dentistas do Brasil estão no município de São Paulo (72,5 mil). Por outro lado, em centenas de cidades no país não há nenhum desses profissionais. Essa desigualdade é retratada no “Perfil do Cirurgião-Dentista, Perspectivas Atuais e Tendências”, que está sendo elaborado pelo Observatório de Recursos Humanos em Odontologia da Universidade de São Paulo, vinculado à Organização Panamericana de Saúde (OPAS), a pedido do Ministério da Saúde.
Segundo Maria Celeste Morita, coordenadora da pesquisa, o objetivo do mapeamento é balizar as políticas públicas, de forma a distribuir melhor os cirurgiões-dentistas pelo País, e melhorar o controle de dados para evitar cadastros duplos.
“Para nós, ter essas informações é muito importante para tomar decisões na gestão”, disse Ana Estela Haddad, diretora do Departamento de Gestão de Educação na Saúde do Ministério da Saúde, em reunião nesta quinta-feira (01) com representantes do Conselho Federal de Odontologia (CFO), em Brasília.
“Hoje nós temos a presença do cirurgião-dentista na equipe básica da saúde da família, junto com o médico e o enfermeiro. A ideia de fazer os estudos sobre a força de trabalho se dá do ponto de vista não só do mercado, da estratégia de saúde da família, mas também da formação, uma vez que a atividade da secretaria envolve ainda políticas na área de formação desses profissionais”, acrescentou.
A intenção do governo era divulgar o levantamento completo no dia do cirurgião-dentista, 25 de outubro. Mas Ana Estela Haddad admitiu que dificilmente todos os dados estarão consolidados até lá. “Essa ferramenta é fundamental para sabermos as necessidades dos municípios que têm carência de dentistas e para a formação de políticas sociais”, opinou Miguel Nobre, presidente do CFO. Além dele, participaram da reunião o procurador jurídico da autarquia, José Alberto Cabral, e o representante do CFO no Fórum dos Conselhos Federais, Samir Najjar.
Jornal do CFO/Brasília
Rio de Janeiro – RJ