Odontologia tem papel fundamental no bem-estar de pacientes com Síndrome de Down

No Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março, o Conselho Federal de Odontologia mostra como o cirurgião-dentista é importante para a qualidade de vida dos pacientes e os cuidados especiais que eles exigem

 

O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março, foi instituído pelas Nações Unidas em 2012 para conscientização sobre a importância da promoção de ações que contribuam com a inclusão e a qualidade de vida das pessoas com a síndrome. Os pacientes com essa condição exigem cuidados especiais, com atendimento multidisciplinar, e a Odontologia é fundamental para que possam sorrir e viver melhor.

O atendimento odontológico de pessoas com Síndrome de Down pode ser realizado por todos os cirurgiões-dentistas devidamente inscritos junto ao Sistema Conselhos de Odontologia, sendo que os casos mais complexos devem ser realizados, preferencialmente, por um cirurgião-dentista especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais. Atualmente, o Conselho Federal de Odontologia possui o registro de 908 especialistas na área.

A Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais está prevista na Resolução CFO 22, de dezembro de 2001, que a define como “a especialidade que tem por objetivo o diagnóstico, a prevenção, o tratamento e o controle dos problemas de saúde bucal dos pacientes que apresentam uma complexidade no seu sistema biológico e/ou psicológico e/ou social, bem como percepção e atuação dentro de uma estrutura transdisciplinar com outros profissionais de saúde e de áreas correlatas com o paciente”.

O Conselho Federal de Odontologia também deu um passo importante para o atendimento dos pacientes com Síndrome de Down, assim como demais pessoas com necessidades especiais, por meio da Resolução CFO 167 de 2015. Ela entrou em vigor em 1 de fevereiro do ano seguinte e normatizou o agendamento e o atendimento prioritário às pessoas com necessidades especiais ou mobilidade reduzida nos consultórios e clínicas odontológicas.

Características dos pacientes

O Guia de Atenção à Saúde Bucal da Pessoa com Deficiência, publicado pelo Ministério da Saúde no ano de 2019, traz um capítulo específico sobre o atendimento aos pacientes com Síndrome de Down. A publicação aponta que “em função das particularidades sistêmicas e bucais que podem influenciar na condução do tratamento odontológico, alguns cuidados tornam-se necessários” no atendimento odontológico.

Entre eles estão a realização de uma anamnese completa e bem elaborada para o levantamento das possíveis alterações sistêmicas presentes e dos tratamentos médicos concomitantes, com atenção a maior possibilidade de alterações cardíacas. “Também são recomendados a redução no tempo na cadeira e o cuidado na estabilização da cabeça e do tronco do paciente, evitando movimentos bruscos e flexão ou extensão excessiva do pescoço, devido à instabilidade atlantoaxial”, esclarece a cirurgiã-dentista Adriana Zink, especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais.

Sempre que surgir alguma dúvida sobre as condições de saúde da pessoa em tratamento, o cirurgião-dentista deve contatar o médico responsável. “Além destes cuidados especiais e em decorrência das características das pessoas com Síndrome de Down é possível individualizar os cuidados e as orientações de acordo com a faixa etária”, orienta o Guia.

“Com base na literatura sobre o tema, salientamos ainda a necessidade de visitas preventivas ao cirurgião-dentista e orientações continuadas aos pais e/ou cuidadores prevenindo agravos e promovendo saúde para as pessoas com Síndrome de Down”, conclui a especialista Adriana Zink.