Conselho Nacional de Saúde está preocupado com EAD

Portrait of cheerful student using laptop in cafeConselho Nacional de Saúde (CNS), instância máxima do controle social para deliberação do Sistema Único de Saúde (SUS), está preocupado com a proliferação de cursos de graduação na área de saúde com aulas oferecidas remotamente, modalidade conhecida com ensino a distância (EAD), segundo o representante do CFO no CNS, o cirurgião-dentista Gerdo Bezerra de Faria.

Gerdo, que coordena como representante do CFO a Comissão de Recursos Humanos e Relação de Trabalho (CIRHRT) do CNS, afirma que a CIRHRT vai conferir pareceres negativos à abertura de cursos com mais de 20% de EAD na carga horária. O limite foi estabelecido na Resolução 515, publicada pelo CNS em outubro de 2016.

O CFO publicou em junho a Resolução 186, que determina que as disciplinas ou unidades curriculares vinculadas ao exercício profissional da Odontologia e seus conteúdos teórico-práticos devem ser ministradas nos cursos de graduação de Odontologia exclusivamente sob a modalidade presencial.

“Até agora não recebemos nenhum pedido de abertura de curso de Odontologia com EAD, mas já houve solicitações nas áreas de Psicologia e Enfermagem,” esclarece Gerdo. “No caso de pedidos com carga horária de EAD um pouco superior a 20%, a postura da nossa comissão será de recomendar uma diminuição. Quando o percentual é mais elevado, o processo é indeferido.”

O CNS é um órgão deliberativo. No caso da abertura e reconhecimento de cursos, no entanto, os pareceres do CNS são opinativos. Cabe ao Ministério da Educação acatar, ou não, as recomendações do CNS.

“É louvável a diretriz do governo brasileiro de aumentar a oferta de cursos de graduação. Mas a proliferação de cursos com até 80% de ensino a distância na carga horária é uma preocupação de todas as profissões da área de saúde,” sintetiza Gerdo.