Câncer de boca em debate

Em fórum promovido em Belo Horizonte pela Secretaria de Saúde de MG, dirigentes dos Conselhos de Odontologia, especialistas e gestores discutem a construção de um modelo de vigilância em câncer bucal.

encontro-MinasO câncer de boca foi tema de destaque do “1º Fórum Integrado Estadual de Prevenção e Controle do Câncer e seus Fatores de Risco”, promovido pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais nos dias 23 e 24 de fevereiro, em Belo Horizonte.  O evento reuniu gestores estaduais e municipais, além de representantes de hospitais especializados no tratamento da doença e de conselhos profissionais, como o de Odontologia.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, a estimativa para 2010 é de 14.160 novos casos de câncer bucal – o sétimo mais freqüente no Brasil –, sendo 10.380 homens e 3.780 mulheres. Em Minas Gerais, a partir de 2000 a mortalidade por câncer de boca quase dobrou nos homens, principalmente nas macrorregiões Sudeste, Jequitinhonha e Nordeste.

Estratégias regionais

Para abordar os desafios da prevenção, o papel da pesquisa e da divulgação científica e as estratégias regionais adotadas para o enfrentamento da doença, o evento apresentou, no dia 24, o módulo “Vigilância do câncer de boca”, do qual participaram diversas autoridades da Odontologia. Para abrir o módulo, o presidente do CFO Ailton Diogo Morilhas Rodrigues e o coordenador de saúde bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca, apresentaram o painel “Situação atual da prevenção e controle do câncer de boca”. Em seguida, para falar do “papel da estomatologia na pesquisa, atualização e divulgação dos conhecimentos”, falaram os presidentes da Sociedade Brasileira de Estomatologia (SOBE), Jair Carneiro Leão, e da Sociedade Mineira de Estomatologia, Franca Arenare.

O terceiro painel, que abordou as estratégias regionais para a construção de um modelo de vigilância, promoveu o debate entre os presidentes dos CROs da Bahia, Mário Ferraro Tourinho Filho; do Mato Grosso do Sul, Silvano da Silva Silvestre; do Paraná, César José Campagnoli; de Pernambuco, José Ricardo Dias Pereira; e de Sergipe, Augusto Ribeiro Santana.

Os três painéis tiveram como moderador o presidente do CRO de Minas Gerais, Arnaldo Garrocho.

Na parte da tarde foi realizada uma mesa redonda batizada “Construindo o modelo de atenção do câncer de boca e seus fatores de risco”. Dela, participaram Berenice Antoniazzi (coordenadora do Projeto Acelerar para Vencer da Secretaria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de MG); Daniele Lopes Leal (coordenadora de Saúde Bucal da SES-MG); Franca Arenare; Rosana Maria Leal (PUC-BH); Luiz Cláudio Viégas (SMS-Betim/MG); e Alvimar Afonso Barbosa (diretor técnico do Hospital Luxemburgo e cirurgião de cabeça e pescoço). Carlos Roberto Martins, da faculdade de Odontologia da PUC-BH, foi o moderador.

Casos em MG

Minas Gerais deve apresentar, no próximo ano, 46.630 novos casos de câncer, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Serão 23.790 registros em mulheres e 22.840 em homens. Os números foram divulgados durante o evento.

BH-1000“Sem dúvida, o maior desafio que temos hoje em relação ao câncer é integrar todas as áreas de atenção à saúde, visando o combate da doença. Nesse sentido, encontros como estes são importantes, pois permitem aos gestores das diversas esferas de governo uma troca de idéias e experiências, possibilitando-nos traçar estratégias e planos de ação para o controle da doença”, destacou o secretário de Saúde de MG, Antônio Jorge de Souza Marques.

De acordo com o secretário, em Minas Gerais, desde o início de 2003, determinou-se que nenhum paciente com câncer ficaria sem tratamento. Segundo ele, essa determinação tem sido seguida com muita seriedade, graças à disponibilização de financiamento para pagamento extrateto em oncologia, por meio do qual o Estado repassa recursos aos municípios que gastaram mais do que estava previsto para o tratamento da doença.

Foto do destaque: a partir da esquerda, os presidentes de CROs Mário Ferraro (Bahia(, José Ricardo Dias Pereira (Pernambuco), Silvano da Silva Silvestre (Mato Grosso do Sul), Arnaldo Garrocho (Minas Gerais) e César José Campagnoli (Paraná). Ao centro, o presidente do CFO Ailton Diogo Morilhas Rodrigues.

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