Conflitos conjugais ou comprometimento de uniões pode ser o resultado dos distúrbios ligados ao sono
É sabido que dormir bem é relaxante e faz muito bem à saúde. Em contrapartida, noites mal dormidas podem afetar muito negativamente a vida das pessoas. Estudos sérios apontam que trinta por cento da população brasileira apresenta algum distúrbio ligado ao sono. Uma noite mal dormida pode estar relacionada, além de fatores otorrinolaringológicos ou odontológicos, à alimentação inadequada, uso de drogas lícitas ou ilícitas, problemas de ordem psicossocial, doenças orgânicas, maus hábitos, falta de rotina, sobrecarga de funções, dentre outros.
Os resultados são os altos índices de acidentes no trabalho (especialmente em transportes e maquinários), baixo rendimento no trabalho ou escolar, conflitos conjugais ou comprometimento de uniões. Diversos outros problemas podem também estar associados aos problemas do sono como o bruxismo, a apneia, o ronco e a insônia. A Odontologia do Sono entra legalmente no processo com o objetivo de tratar problemas com esses distúrbios, além de permitir, ao cirurgião-dentista, controlar distúrbios que desenvolvem-se ou potencializam-se enquanto dormimos.
A dificuldade em associar a sonolência diurna a distúrbios do sono pode ser um fator agravante. A maioria das pessoas só se dá conta de que ronca quando alguém relata o incômodo.
O ronco pode ser manifestação inicial de um problema mais grave como sobrecarga cardiopulmonar, doenças respiratórias, sonolência durante o dia, baixo rendimento intelectual e no trabalho, cansaço e irritabilidade persistentes, fadiga e grande dificuldade em adormecer. No caso das crianças que roncam, é possível perceber grande agitação no decorrer do dia e igual dificuldade em adormecer.
No caso da apneia (falta da entrada de ar quando dormindo por mais de 10 segundos), a síndrome está associada a uma sonolência excessiva diurna, fadiga, diminuição da memória e falta de concentração. O bruxismo (hábito de ranger ou apertar os dentes) pode ter como consequências, além do desgaste dental e comprometimento estético e funcional destes, dor de cabeça, desconforto e má qualidade do sono.
Para tornar mais claro o caminho aos pacientes, é importante saber que os profissionais qualificados para diagnosticar e tratar estes problemas são os otorrinolaringologistas, pneumologistas, psiquiatras, cardiologistas e clínicos com ênfase em Medicina do Sono. Posteriormente, e quando a abordagem requer a intervenção do cirurgião-dentista, a este são reencaminhados os pacientes por estes médicos. Entretanto, para um tratamento diferenciado e, sobretudo, eficaz, é indispensável que o odontólogo tenha qualificação e formação para a atuação. A Associação Brasileira do Sono (Absono) confere a certificação aos dentistas credenciados que possuem tal formação). Entre os odontólogos há a doutora Dayse Fortuna Bernardes Real, que também é especialista em três áreas da Odontologia: Disfunção Têmporomandibular e Dor Orofacial, Periodontia e Prótese Dentária. Ela atua em Itabira.
Um dos procedimentos para se diagnosticar os distúrbios do sono é a polissonografia, exame de monitoramento do sono do paciente, que objetiva investigar as causas e a gravidade das doenças. Feito o diagnóstico e quando é o caso, o paciente é encaminhado pelo médico ao dentista. Em ordem inversa, pode também o paciente em consulta com o seu dentista, ser encaminhado ao médico, para um exame mais específico. Dentre as alternativas de tratamento, uma pode ser o uso do CPAP, uma máscara que injeta ar, melhorando o padrão respiratório do paciente, durante todo o tempo em que dorme. Caso seja diagnosticado somente o ronco ou a apneia leve, o tratamento poderá ser realizado pelo cirurgião-dentista, através do uso de um aparelho intra-oral específico. Como trata-se de uma abordagem interdisciplinar e clinicamente necessária, a intervenção do Fonoaudiólogo ou Fisioterapeuta pode enriquecer o tratamento.
Fonte: De Fato notícias