Dia Mundial de Luta contra a AIDS: relação entre HIV e saúde bucal, a importância do cuidado integral

 

Em 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a AIDS. A data reforça o combate ao preconceito, à desinformação e ao estigma associados ao HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e à AIDS (condição de saúde causada pela infecção do vírus, em estágio avançado), além de enfatizar e informar sobre as formas de prevenção e os tratamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Instituído pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1988, o dia é comemorado anualmente em várias partes do mundo. Em consonância à data, o Sistema Conselhos de Odontologia, composto pelo Conselho Federal de Odontologia e os 27 Conselhos Regionais (CROs) do país, destaca a importância da atenção à saúde bucal das pessoas que vivem com HIV.

 

Dessa forma, o CFO Esclarece, programa orientativo que aborda diversos temas relacionados à Odontologia, informa que as alterações bucais estão entre os sinais mais frequentes da infecção pelo HIV. De acordo com a National Library of Medicine, PubMed Central, estudos apontam que até 50% dos pacientes HIV positivos podem apresentar algum tipo de manifestação oral, número que chega a 80% em pessoas com AIDS.

 

Entre os problemas mais comuns observados na cavidade oral estão infecções fúngicas, como a candidíase; infecções virais, incluindo leucoplasia pilosa, herpes e lesões associadas ao HPV; além de doenças periodontais, que vão desde gengivites até quadros avançados, como a periodontite necrosante ulcerativa.  Lesões malignas, como o Sarcoma de Kaposi (tipo de câncer), também podem surgir na boca como sinais de agravamento da doença. Outros sintomas recorrentes incluem boca seca, aftas e ulcerações persistentes.

 

O CFO destaca que o atendimento odontológico é parte fundamental do cuidado às pessoas que vivem com HIV/AIDS. A integração entre o cuidado odontológico e o acompanhamento clínico é essencial para a detecção precoce de alterações bucais, assim como para a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento da atenção integral aos pacientes em todo o território nacional. Por isso, reforça-se a importância de consultas regulares com o cirurgião-dentista.

 

Prevenção

A prevenção do HIV envolve uma série de estratégias eficazes e acessíveis. O uso de preservativos em todas as relações sexuais continua sendo o método mais conhecido e amplamente recomendado.

 

Outras formas de prevenção incluem a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que consiste no uso diário de comprimidos por pessoas com maior risco de exposição ao HIV, e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), tratamento de 28 dias, disponível para pessoas que se expuseram ao risco de contrair o vírus e que deve ser iniciado em até 72 horas após a exposição.

 

Também é possível adotar a prevenção combinada, que envolve a utilização simultânea de diferentes métodos, como o uso de preservativos associado à vacinação contra HPV e hepatite B, à testagem regular para HIV e à não utilização compartilhada de objetos cortantes ou perfurantes.

 

Tratamentos de pessoas que vivem com HIV/AIDS

O SUS oferece tratamento para pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) integralmente gratuito, seguindo protocolos específicos e diretrizes de biossegurança universais. O atendimento é amparado por normativas do Ministério da Saúde e do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Governo Federal.