Veja o perfil dos seis condecorados, no último dia 23 de abril, com a Medalha de Honra ao Mérito Odontológico Nacional, entregue pelo Conselho Federal e Regionais de Odontologia.
José Dilson Vasconcelos de Menezes (CE)
Inscrito no CRO-CE sob o n° 001, José Dílson Vasconcelos foi o primeiro presidente do Conselho Regional no Estado.
Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais e em Odontologia Legal, foi professor durante 50 anos, tendo ministrado aulas na Universidade Federal do Ceará – onde foi vice-diretor do Centro de Ciências da Saúde –, Universidade de Fortaleza e em cursos de especialização.
É membro de importantes entidades odontológicas, como a Academia Cearense de Odontologia, Academia Brasileira de Odontologia e Associação Brasileira de Ensino Odontológico, instituição com a qual contribui há 40 anos. Fez parte da Comissão de Especialistas em Ensino da Odontologia do Ministério de Educação (MEC), trabalhou na Previdência Social e já recebeu, durante sua vida pública, inúmeros títulos honoríficos e menções honrosas.
“A odontologia é, realmente, um trabalho que sempre me trouxe satisfação. Fico muito orgulho do reconhecimento que esta homenagem traz porque são cinco condecorados dentro de um universo de 280 mil cirurgiões-dentistas”, afirmou o “número 1” do Ceará, que nascido em 13 de abril de 1930 e formou-se em Odontologia em 1952.
Urbino Da Rocha Tunes (BA)
Ainda estudante, o baiano Urbino da Rocha já se preocupava com as questões relacionadas à sua categoria profissional e ao bem-estar da população. Foi dirigente de diretório acadêmico e aos 25 anos, recém-formado, foi presidente da Associação Brasileira de Odontologia na Bahia (ABO-BA).
Doutor em Imunologia e especialista em Estomatologia e Periodontia, é professor titular da Escola Bahiana de Saúde Pública, onde implantou os cursos de graduação e mestrado que coordena há 12 anos. Com uma intensa vida profissional e acadêmica, Urbino da Rocha foi diretor e professor da Universidade Federal da Bahia.
Ex-conselheiro do CRO-BA, foi vice-presidente da ABO-Nacional e ministrou diversos congressos na área odontológica.
“Uma categoria profissional é tão grande quanto a sua história, que é construída através do reconhecimento dos profissionais e das suas ações para o desenvolvimento da categoria”, acredita.
Antônio Carlos Figueiredo Nardi (PR)
Cirurgião-dentista formado pela Universidade de Marília, em São Paulo, Antônio Nardi atua há 26 anos no sistema público de saúde. Pós-graduado em Gestão de Serviços e Sistemas de Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública – FIOCRUZ, foi secretário de saúde municipal em três municípios paranaenses: Floresta, Marialva e Maringá.
Presidente do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde do Paraná durante sete anos, foi eleito, em 2009, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasaems), cargo que exerce atualmente promovendo a odontologia e fortalecendo o pacto pela saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).
Representante brasileiro no Simpósio Mundial de Doenças Negligenciadas para América Latina e Caribe, promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em Washington, nos Estados Unidos, Antônio Nardi ganhou a Medalha do Mérito Oswaldo Cruz do Ministério da Saúde por sua contribuição no processo de consolidação da epidemiologia e controle de doenças no Brasil.
Durante a Solenidade Comemorativa do 46º aniversário dos Conselhos de Odontologia, Nardi foi escolhido o orador dos homenageados. Em seu discurso, fez uma defesa da inserção da Odontologia no Sistema Único de Saúde. “É uma pena que não possamos condecorar a todos os militantes da odontologia e a todos os militantes do SUS, mas (esta homenagem) é de suma importância para nós mostrarmos a capacidade e o potencial de gestão que há na figura do cirurgião-dentista, como componente de uma equipe gestora de saúde”, finalizou.
Maria Evangelina Monnerat (RJ)
Natural de Nova Friburgo, Maria Evangelina graduou-se em Odontologia pela Faculdade Fluminense de Medicina, em 1958. Especializou-se em Ortodontia, trabalhando na Policlínica Geral do Rio de Janeiro. É professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Fluminense.
“Eu tenho o Conselho Federal como o órgão máximo na minha vida, portanto me sinto muito honrada pelo recebimento dessa medalha. Acho que muitos colegas a mereciam, mais do que eu. Eu sempre procurei cumprir minhas obrigações, creio que não fiz nada de extraordinário”, declarou a modesta homenageada.
Ela também foi conselheira e tesoureira do Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro – antes da fusão com o Estado da Guanabara – e membro do Conselho Universitário da Universidade Federal Fluminense. Foi conselheira efetiva do CFO, professora titular da Faculdade de Odontologia de Campos, diretora do Departamento Cultural da ABO Niterói e ministrou inúmeros cursos, recebendo muitas homenagens por sua atuação na área da ciência odontológica.
Perguntada sobre que conselho daria aos novos profissionais, Maria Evangelina concluiu também de forma simples: “O profissional deve levar o trabalho a sério. Ser honesto e ter também conhecimento. Tem que estudar, ser honesto e cumprir suas responsabilidades”.
Maria Leonília de Freitas (PI)
Maria Leonília de Freitas mora em Teresina (PI) e tem 78 anos. Nasceu na cidade de Floriano, no Piauí, e em 1955 graduou-se em Odontologia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade Federal do Maranhão. Fez especialização em Odontopediatria pela PUC-Rio, e foi professora de Odontopediatria na Universidade Federal do Piauí.
“Fui a primeira mulher do Brasil a ser presidente de um conselho. Apesar da finalidade do conselho não ser científica, na época me empenhei bastante nisso também, trazendo professores estrangeiros para fazer palestras. Minha principal bandeira foi aumentar o conhecimento intelectual dos meus colegas, porque eu acho que a pessoa que não tem nome profissional dificilmente representará bem a sua categoria. Desde formada, me empenhei nessa vida associativa. Sempre exerci a Odontopediatria, e já dava aulas quando ingressei no mestrado, mas infelizmente fui acometida por um câncer e tive que me afastar. Apesar da enfermidade, consegui recentemente, com a ajuda de dois sobrinhos, publicar a biografia de meu pai, que foi um grande educador”, afirmou a homenageada.
Além de primeira mulher a presidir um Conselho de Odontologia, o CRO-PI, Maria Leonília foi presidente do 1º Congresso Piauense de Odontologia, em 1977, e construiu a primeira sede do CRO-PI. Foi conselheira federal do CFO por dois mandatos e também fundadora da ABO-PI. “Eu não acho que essa medalha seja minha. O título que recebo hoje, se ele é resultado do meu trabalho, ele pertence ao meu Estado, o Piauí. Eu quero dividi-lo com os colegas que me ajudaram em minha administração. Sem a ajuda deles, que tiveram a compreensão de serem chefiados por uma mulher quando isso não era comum, eu não teria tido sucesso”, completou.
Ideli Salvatti (SC) – representada por Luiz Sérgio Oliveira
Representada na cerimônia pelo deputado federal Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira, presidente do PT no Rio de Janeiro, a senadora Ideli Salvatti nasceu em São Paulo e é licenciada em Física pela Universidade Federal do Paraná. Em 2002, foi eleita a primeira mulher senadora por Santa Catarina. Em 2004, tornou-se líder da bancada do governo e no Senado, permanecendo na função até 2008. Hoje é líder do governo no Congresso Nacional. No Senado, é titular das Comissões de Constituição e Justiça e Infraestrutura. Em 2008, foi a única personalidade de Santa Catarina a constar da lista dos cem brasileiros mais influentes.
Foi fundadora do Partido dos Trabalhadores (PT) em Joinville e em Santa Catarina, fazendo parte do diretório e executiva, e também fundadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Estado.
“O Brasil Sorridente, criado no governo do presidente Lula, precisou de muito trabalho para que as medidas necessárias fossem aprovadas. Muitas vezes essas medidas foram chamadas de assistencialistas. Mas o acesso à saúde integral, que precisa incluir a saúde bucal, não pode ser considerado assistencialismo. É uma forma de fazer justiça social no Brasil. Em todas as medidas aprovadas para garantir o Brasil Sorridente há o suor do trabalho da senadora Ideli Salvatti, e por isso ela está sendo homenageada. A aprovação do governo do presidente Lula se deve também à atenção que ele deu aos programas sociais, e entre os que se destacam está o Brasil Sorridente, que precisa ser ampliado”, declarou o deputado Luiz Sérgio.
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