Saúde bucal na infância é um cuidado dos pais

A dica é criar nas crianças bons hábitos de higienização

Na idade adulta, a responsabilidade de uma boa higienização se dá pela conscientização da pessoa em manter sua saúde bucal e geral, em dia. A saúde geral de uma pessoa também depende de uma boa saúde da boca, pois ela é a entrada de germes e bactérias que podem circular em todo o organismo. Mas, na infância? Como ficam esses cuidados com os pequeninos que ainda não são capazes de serem responsabilizados?

Para falar um pouco desse tema o odontopediatra, Francisco Simões, professor universitário, Doutor em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), Mestre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (FOUFBA) e especialista em Ortodontia e Ortopedia Funcional CFO, dá algumas dicas.

Em relação ao hábito de uma boa higienização, o especialista afirma que os pais são tão importantes no processo de aprendizagem como a própria criança. O odontopediatra realiza motivação com a criança, e os seus responsáveis, quanto à técnica de escovação e orientação quanto à dieta. “O profissional deve informar sobre a doença cárie, como ocorre, quais as sequelas e como evitar”, afirma.

Segundo Dr. Francisco, o acesso ao tratamento odontológico está cada vez mais fácil. Algumas escolas e creches adotam ações de prevenção da cárie, promovendo palestras educativas além de motivar a escovação após o lanche. Os meios de comunicação, por meio de entrevistas em jornais e programas de televisão, têm valorizado a saúde bucal, levando à população, informações sobre prevenção da cárie de forma mais rápida e barata.

O hábito de higiene, de acordo com o especialista, deve ser adquirido desde cedo e se tornar uma rotina saudável, assim como outros, por exemplo: o de tomar banho. A mãe deve realizar a higiene bucal com gaze úmida em soro fisiológico ou água filtrada/mineral, removendo restos de leite na cavidade oral do bebê. Além de evitar o aparecimento de candidíase (sapinho) está incorporando na rotina diária de higiene bucal.  Quando do surgimento dos primeiros dentes, utilizar escovas específicas para cada época de desenvolvimento da criança.

Em relação à incidência de cárie infantil, os levantamentos epidemiológicos oficiais do Governo (SB Brasil) e outros realizados em diversas universidades, demonstram o declínio da doença cárie.  O Mestre em Odontologia cita o exemplo: o SB Brasil de 1986 = 6,95; 1996 = 3,06; 2003 = 2,78 e 2010 = 2,07, estes dois últimos ainda mais confiáveis por utilizarem a mesma metodologia, dando maior confiabilidade aos resultados, estes dados referem-se aos números de dentes perdidos ou obturados em crianças de 12 anos de idade. Isto significa que o número de crianças livres de cárie nesta idade cresceu de 31% para 44%.

Os números são diferentes nas diversas regiões do Brasil, assim como em áreas dentro do mesmo estado, pois cada população tem perfil distinto. Esta diferença pode ser explicada pelo grau de conhecimento sobre a cárie e acesso ao tratamento odontológico.

Cuidado! Atenção aos fatores que causam as cáries:

A incidência de cárie em crianças se dá por diversos fatores: 1 – Dente decíduo (de leite) ou dente permanente recém irrompido é mais susceptível a desenvolver a doença cárie; 2 – a motivação para realizar a escovação por parte da criança é um desafio, por mais que o odontopediatra incentive a criança e o responsável, os mesmos ainda não têm a consciência da importância da higiene bucal; 3 – A alimentação é um dos fatores que influencia na doença cárie, o profissional orienta quanto a ingestão de alimentos que tem papel importante no controle da cárie.

No mundo atual, os alimentos industrializados, são mais fáceis de adquirir, produz efeito visual atrativo e sabor agradável, fatores estes que aguçam a curiosidade e interesse por parte da criança.

Para relembrar: para ocorrer a cárie, são necessários alguns elementos: dente, dieta (alimento) e micro-organismos, outros fatores são importantes, tais como o tempo, susceptibilidade da criança, composição da saliva, etc. A intervenção preventiva do odontopediatra com relação ao dente é  aplicação de flúor com o objetivo de fortalecer o esmalte do dente; com relação à dieta, orienta o momento da ingestão e o tipo de alimento que não são saudáveis, vale ressaltar que o odontopediatra alerta somente quanto ao consumo de alimentos prejudiciais a saúde bucal; e com relação aos micro-organismos, a forma mais fácil de intervir é o controle do biofilme (placa bacteriana) utilizando técnica de higiene bucal (escovação e uso de fio dental)

Comunicação do CFO