Palestras dão início ao segundo dia da 4ª CONEO

Na manhã do dia 8, a 4ª CONEO teve início com duas palestras: Mercantilismo na Publicidade, do professor Ronaldo Radicchi, e Vocação humanística e os conflitos pragmáticos atuais do exercício profissional do cirurgião-dentista, proferida pelo professor Casimiro Possante de Almeida.

Na primeira conferência, Radicchi falou sobre a importância da ética e da cidadania em uma era marcada pela internet e pelo mercantilismo. “Na era da internet, a ética deve ser diferenciada porque o grande acesso à informação influencia o modo como as pessoas pensam e se comportam”, disse ele.

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Em seguida, Radicchi abordou as grandes preocupações que têm inquietado a categoria odontológica nos últimos anos. “Temos pontuado com muita frequência nesta edição da CONEO a questão da mercantilização e da publicidade irregular de serviços odontológicos. Entretanto, outra preocupação deve dizer respeito também ao exercício ilegal da profissão. Qual tem sido nossa conduta ética em relação à nossa responsabilidade social?”, questionou.

O palestrante lembrou, ainda, de que forma deve ser pensada a reformulação do Código de Ética Odontológica. “Em primeiro lugar, devemos ter em mente que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado”, ponderou ele. “Um dos maiores desafios da Odontologia brasileira atualmente é pensar a mudança do nosso modelo de atuação curativo para outro de caráter preventivo. Precisamos também focar a ética na formação e qualificação de nossos profissionais”.

O segundo conferencista, por sua vez, pautou sua palestra nos principais dilemas éticos com que os profissionais de Odontologia constantemente se deparam no exercício diário da profissão.

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De acordo com Almeida, ética engloba um juízo de valor que, necessariamente, implica um código normativo que, por sua vez, estabelece a obrigatoriedade do comportamento de determinado grupo de indivíduos. “Essa obrigatoriedade de conduta tem uma fundamentação baseada nas necessidades da própria sociedade”, explicou ele.

Outro aspecto mencionado por ele diz respeito à evolução tecnológica na Odontologia e à própria conduta do paciente. “A evolução da nossa ética não tem acompanhado a evolução do nosso equipamento”, defendeu ele. “Nós, cirurgiões-dentistas, nos formamos dentro de um princípio em que o valor do nosso trabalho transcende a questão financeira e que o paciente ficará eternamente grato pelo nosso trabalho. Essa visão romântica não tem mais espaço no mundo de hoje. O paciente evoluiu, pois a visão do paciente é fruto da evolução da sociedade, e nós precisamos acompanhar essas mudanças”.