Foram divulgados, na manhã de 28 de janeiro, pelo Ministério da Saúde, os dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – Projeto SB Brasil 2010.
Gilberto Pucca, Coordenador Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, ressaltou o fato de o estudo possibilitar um comparativo com o ano 2003, época da implantação do Programa Brasil Sorridente, além de buscar conhecer as condições de saúde bucal da população brasileira em 2010, subsidiar o planejamento e avaliação das ações e serviços junto ao SUS e manter uma base de dados eletrônica para o componente de vigilância à saúde da Política Nacional de Saúde Bucal.
Segundo o Coordenador da Pesquisa, Ângelo Roncalli, o estudo é mais um componente da Política Nacional de Saúde Bucal e servirá de subsídio para ações futuras, devendo ser realizada periodicamente.
A pesquisa, realizada em 177 municípios com 38 mil pessoas de diferentes grupos etários, aponta uma redução de 26% de cárie nas crianças de 12 anos desde 2003. Outro dado relevante da SB Brasil 2010 é o número de crianças que nunca tiveram cárie na vida. A proporção de crianças livres de cárie aos 12 anos cresceu de 31% para 44%. Isso significa que 1,4 milhão de crianças não têm nenhum dente cariado atualmente — 30% a mais que em 2003.
Na faixa etária dos 15 aos 19 anos, a queda do CPO (sigla para dentes cariados, perdidos e obturados) foi ainda maior, passando de 6,1 em 2003, para 4,2 este ano – uma redução de 30%. São 18 milhões de dentes que deixaram de ser atacados pela cárie. Entre os adolescentes, 87% não tiveram perda dentária. A necessidade de prótese parcial (substituição de um ou alguns dentes) entre os adolescentes caiu 50%.
O estudo aponta, ainda, que melhorou o acesso da população adulta aos serviços; na população com idade entre 35 e 44 anos o CPO caiu 19%, passando de 20,1 para 16,3 em sete anos. Comparando os números de 2003 e 2010, temos redução de 30% no número de dentes cariados, queda de 45% no número de dentes perdidos por cárie, além do aumento de 70% no número de dentes tratados. Isso significa que a população adulta está tendo maior acesso ao tratamento da cárie e menos dentes estão sendo extraídos por consequência da doença. Por outro lado, o fornecimento de próteses à população idosa ainda encontra-se abaixo do esperado.
Houve melhora na atenção à saúde bucal em todas as regiões do Brasil, com exceção da Norte, “precisamos focar nossas ações na região Norte de forma a contornar as especificidades locais como as grandes distâncias entre os municípios e o difícil acesso”, ressalta Gilberto Pucca.
Quanto ao investimento na área, passou de 56 milhões no ano de 2003 para 600 milhões em 2010. Nesse período, cresceu, em 5 vezes, o número de Equipes de Saúde Bucal e 85% dos municípios possuem pelo menos uma equipe. Gilberto Pucca falou, ainda, da importância da fluoretação da água de abastecimento público, que diminui pela metade a ocorrência de cáries, da incorporação de kits de saúde bucal na atenção básica, dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e das Unidades Móveis Odontológicas.
“Graças a Política Nacional de Saúde Bucal, o Brasil faz parte do grupo de países com baixa prevalência de cárie”, comemorou o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão –para estar neste grupo, o indicador CPO deve estar entre 1,2 e 2,6, segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde. Em 2003, o país tinha índice de 2,8, passando, atualmente, para 2,1 — melhor que a média dos países das Américas. Temporão creditou o sucesso da Política também a parceria feita com entidades como o Conselho Federal de Odontologia e Conselhos Regionais e ao envolvimento direto do Presidente Lula. Para ele, essa é uma Política com diversos impactos sob o ponto de vista social, estético e também financeiro, uma vez que gera 20 mil empregos diretos e movimenta a indústria de equipamentos odontológicos.
Reunião do CNS – O Conselho Nacional de Saúde, em sua 208ª Reunião Ordinária, realizou uma avaliação da Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente. Na oportunidade, Gilberto Pucca falou da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal e lembrou que antes da Política, a saúde bucal não era vista como SUS, “hoje temos a ideia de oferecer tudo o que é oferecido no setor privado no Sistema Único de Saúde”.
Fonte: Site do Conselho Nacional de Saúde