Exame resulta em mudança de procedimento em 30% das vezes. Novas regras entram em vigor no dia 7 de junho deste ano.
Entre os 70 novos procedimentos incluídos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na cobertura mínima obrigatória das operadoras de planos de saúde, o PET- CT era o mais esperado por radiologistas e oncologistas – ainda que tenha sido incluído apenas para o diagnóstico do câncer de pulmão.
O exame gera cerca de 1,5 mil imagens simultâneas de todo o corpo do paciente para reconstruir em três dimensões um retrato fiel do organismo capaz de identificar as menores alterações que possam indicar a existência de um tumor.
“Em 30% dos casos, após a realização do PET-CT, o medico muda o procedimento que vinha sendo empregado”
Ele é também o mais indicado para acompanhar o desenvolvimento e a resposta aos medicamentos dos tumores. Para isso utiliza uma injeção de radiofármaco (glicose marcada por material radioativo), que após sua distribuição pelo corpo, gera informações metabólicas das células.
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Quando a célula de um tumor morre, deixa de consumir glicose e com isso é possível identificar o sucesso do tratamento. Exames como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada não fornecem esse tipo de informação.
De acordo com o diretor de Medicina Nuclear do Hospital A.C. Camargo, Eduardo Nóbrega, não há como comparar o exame com outros procedimentos. “Em 30% dos casos, após a realização do PET-CT, o medico muda o procedimento que vinha sendo empregado”, explica o médico.
Ou seja, apesar de caro (cada exame custa entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil), sua utilização resulta em economia para o sistema de saúde. “Existem quimioterapias que custam até R$ 50 mil por semana, se ela não estiver fazendo efeito está jogando dinheiro fora”, diz.
O A.C Camargo é hoje um dos poucos hospitais que têm convênios com as operadoras de planos de saúde para a cobertura do PET-CT, resultado de quase dez anos de realização do exame. “Durante anos e anos nós estamos provando para as operadoras de planos de saúde que é extremamente útil esse exame. Você acaba economizando dinheiro porque ele te dá respostas muito mais precisas.”
“Durante anos e anos nós estamos provando para as operadoras de planos de saúde que é extremamente útil esse exame. Você acaba economizando dinheiro porque ele te dá respostas muito mais precisas”
Agora, com a atualização do rol de procedimentos da ANS, a expectativa dos especialistas é que o exame se popularize, mesmo com o alto custo do tomógrafo (cerca de US$ 2 milhões) e sua utilização ainda restrita pelas novas regras da agência, acredita o chefe da seção medicina nuclear do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Marcelo Mamede. “A ANS colocou na lista de procedimentos apenas para o câncer de pulmão, mas existe uma série de outras indicações”, diz.
O novo rol de procedimentos da ANS beneficiará cerca de 44 milhões de beneficiários de planos de saúde e entra em vigor no dia 7 de junho deste ano.
Fonte: G1 – 13/01/2010