Em 10 anos, cai 7,8% o número de brasileiros que nunca foram ao dentista

O Suplemento de Saúde da Pnad 2008 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgado no final de março, mostra que 11,7% dos brasileiros ainda não receberam atendimento odontológico.

De acordo com a pesquisa, desse total 77,9% são crianças de até quatro anos de idade.

Em 1998, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase um quinto da população brasileira, 19,5%, nunca tinham visitado um cirurgião-dentista para cuidar da saúde bucal.

A comparação de dados apresenta uma melhora no acesso da população ao atendimento, no entanto, o número ainda é considerado elevado se o percentual for calculado para toda a população do país. São, aproximadamente, 21,6 milhões de brasileiros que nunca tiveram atendimento. Há 10 anos, eram 29,6 milhões de pessoas.

Renda x atendimento

De acordo com o Pnad 2008, a grande maioria dos entrevistados com rendimento domiciliar de mais de cinco salários mínimos (98%) já consultou o cirurgião-dentista. Entre os que ganham até um quarto de salário mínimo, o percentual é de 71,3%.

Segundo o estudo, embora 88,3% da população já tenha procurado serviços odontológicos, apenas 40% dos participantes da pesquisa tinham ido ao dentista no ano anterior à data da entrevista.

Entre a população que ganhava até um salário mínimo, em 1998, a porcentagem de pessoas que nunca foram ao dentista (36,5%) era nove vezes a taxa das que ganham mais de 20 salários (4,07%).

Avaliação

Em relação à avaliação do serviço de saúde, 93,6% das pessoas entrevistadas em 2008, que já tinham recebido atendimento odontológico, consideraram o setor “muito bom ou bom”. Sendo que somente 31,92% dos atendimentos foram realizados pelo SUS. Dez anos antes, a Pnad revelou que 86,2% das pessoas entrevistadas aprovaram o atendimento de saúde recebido. Entre os pesquisados em 1998, 49,3% usaram o sistema público.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2008) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) visitou cerca de 150 mil domicílios em todo o país para coletar dados sobre temas como migração, educação, rendimento, trabalho infantil e fecundidade, entre outros.

Em 1998 foram entrevistadas 345 mil pessoas em 100 mil domicílios.