Termina nesta sexta-feira (30), em Fortaleza, o III Congresso Brasileiro sobre o Uso Racional de Medicamentos, organizado pelo Ministério da Saúde, Governo do Estado do Ceará e outras instituições. Cerca de 1.800 congressistas participaram do evento.
Durante a abertura, o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica, José Miguel do Nascimento Junior, ressaltou a importância do tema. “Este assunto foi apropriado uma vez que estamos chegando a um limite de recursos. De nada valem os recursos, se o acesso não for qualificado e estamos trabalhando para isso”.
Em 2003, o orçamento da área era de R$ 1,91 bilhão destinados a compra de remédios. Este ano o valor já atingiu R$ 5,9 bilhões. Embora sejam crescentes, os recursos são finitos por isso é preciso incentivar a utilização adequada.
A ingestão sem recomendação médica pode ter conseqüências graves. Na opinião da gerente do sistema de notificações em Farmacovigilância da Anvisa, Maria Eugênia Cury, uma parcela considerável das internações seriam prevenidas se houvesse o emprego adequado de remédios. Um estudo, apresentado na terça-feira (27/10), mostrou que no Brasil cerca de 6% das internações são causadas pelo uso “irracional” de medicamentos.
Ações
“Uso racional de medicamentos não quer dizer um uso racionado, mas um uso baseado em evidências científicas e informações isentas de interesse”, explicou a consultora do Ministério da Saúde, Silvana Leite, durante o congresso.
Ela afirmou que além do conhecimento científico, os profissionais de saúde precisam conhecer as políticas de saúde e as ferramentas de trabalho, como a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e o Formulário Terapêutico Nacional (FTN).
A consultora apontou uma série de ações do MS em prol do emprego correto de medicamentos:
– A revisão das portarias 3237 e 2577;
– A publicação Diretrizes para Estruturação de Farmácias no ambiente do SUS;
– Um sistema que será usado pelas assistências farmacêuticas na atenção básica, que está em elaboração – Hórus;
– A Revisão de 87 protocolos terapêuticos que passarão por consulta pública;
– As ações do Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos;
– A criação do selo quer será usado pelos Correios e Telégrafos na postagem de cartas, além de um envelope;
– Spots com informação sobre uso racional de medicamentos disseminadas pelo Disque Saúde;
– Prêmio Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos a ser divulgado em 8 de dezembro;
– Cursos a distância de pós-graduação em gestão da Assistência Farmacêutica;
– Cursos de prescrição racional de medicamentos;
– Cursos para farmacêuticos na atenção primária em Saúde.
Fonte: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde