O ano de 2010 foi escolhido na 40ª Conferência sobre saúde pulmonar, como o ano do pulmão. A ideia é promover discussões, difundir o conhecimento, mostrar as formas de prevenção e os cuidados com as doenças associadas a esse órgão. As primeiras ações devem começar este mês e terão caráter internacional.
Durante entrevista ao programa Cotidiano, da Rádio Nacional, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Roberto Stirbulov, disse que o ano do pulmão será um momento de trocar experiências com profissionais da área, buscar a redução dos índices às doenças provocadas no pulmão e fazer alerta aos tratamentos que ajudem no controle de doenças genéticas, como a asma.
“Vamos trocar experiências, aumentando o conhecimento da população e da classe médica quanto às informações das doenças pulmonares. A ideia, também, é orientar a população sobre o controle das doenças hereditárias, como asma, bronquite e seus respectivos tratamentos,” conclui.
Para alcançar bons resultados, as campanhas informativas deverão superar limites sócio-econômicos, como por exemplo, no caso da tuberculose. De acordo com informações do Ministério da Saúde, determinados grupos sociais (camadas mais pobres da população) desenvolvem maior vulnerabilidade a esta doença.
É o caso dos presidiários. Eles estão propensos a contrair a doença em 40 vezes mais que a população em geral. Aos moradores de rua, o risco à contração do vírus ainda é maior: 60 vezes mais comparados a um cidadão com acesso a uma vida regrada de cuidados higiênicos.
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, a doença mata, no mundo, uma pessoa a cada 20 segundos – foram 1,8 milhões de vítimas no ano de 2007.
De acordo com o vice-presidente da SBPT, 1/3 da população brasileira é fumante. O índice é alto, mas está abaixo de outros países como a China, onde 60% da população é fumante.
O médico ainda explica que o tabagismo, diferente do que a maioria da sociedade interpreta é, de fato, uma doença e precisa de tratamento. Para tanto, é importante esclarecer ou reforçar aos fumantes os males do cigarro e oferecer acompanhamento médico com tratamento aos que desejaram se tratar.
As campanhas, seminários e demais discussões sobre o assunto serão desenvolvidas no mundo inteiro, e a partir das experiências entre pneumologistas, pesquisadores e sociedade civil apontar alternativas à busca de vida mais saudável.
Fonte: Correio Braziliense, da Agência Brasil – 10/01/2010