Ação na Paulista detecta 10 casos suspeitos de câncer bucal

Das mais de 200 pessoas atendidas apenas na manhã da segunda-feira, foram identificadas 10 com suspeita de lesões pré-cancerosas, evidenciando a gravidade do problema. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil tem a terceira maior incidência de câncer bucal do mundo, atrás da Índia e da antiga Tchecoslováquia. Apenas em São Paulo são registrados três mil novos casos anualmente, o maior índice do País. Mais de quatro mil brasileiros morrem em decorrência de câncer bucal por ano – e a doença continua pouco conhecida da população. “Trata-se de um problema grave de saúde pública, e é preciso que voltemos nossas atenções para os meios de que dispomos para preveni-lo”, defende Cecchetto. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 43% das mortes por câncer são causadas pelo consumo de tabaco ou álcool, por maus hábitos alimentares e de estilo de vida e infecções.

A semana do Dia Mundial da Saúde Bucal, instituído pela Federação Dentária Internacional (FDI) e promovido no Brasil pela Associação Brasileira de Cirurgiões-dentistas (ABCD), teve início com campanha de detecção precoce de câncer bucal realizada pela entidade na Av. Paulista, com exames gratuitos e distribuição de kits de higiene bucal à população. Os exames foram realizados por seis cirurgiões-dentistas voluntários recrutados pela ABCD, que trabalharam na unidade odontológica móvel da Associação Paulista de Cirurgiões-dentistas (APCD)/Colgate, sob a marquise do prédio da Fiesp. Entre as pessoas submetidas aos exames estavam homens, mulheres e crianças de todas as classes sociais. Apenas na parte da manhã foram atendidas mais de 200 pessoas, sendo detectados 10 casos suspeitos de câncer bucal, ou seja, 5% do total. Quando necessário, os examinados foram orientados a se encaminharem a tratamento especializado, em lista disponibilizada no odontomóvel.

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Para o presidente da ABCD, Sílvio Cecchetto, “o objetivo da ação foi chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce da doença, que registra mais de 14 mil novos casos por ano no Brasil, e da manutenção de hábitos saudáveis, como a higiene bucal correta e a visita periódica ao cirurgião-dentista”. Essas práticas podem evitar uma série de problemas, entre eles a cárie, que afeta 56% das crianças brasileiras com 12 anos, ou seja, 1 milhão e 600 mil crianças apenas nessa faixa etária.

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Cárie

De acordo com a FDI, 90% da população mundial terá alguma doença bucal ao longo de sua vida, de cárie a doenças periodontais e câncer bucal. De todos esses problemas, a cárie é o que mais afeta a população brasileira, e o flagelo começa na infância: segundo dados do Ministério da Saúde, 56% das crianças com 12 anos de idade têm a doença. Bebês de 18 a 36 meses já têm em média um dente cariado. Aos 5 anos de idade mais de 53% das crianças têm mais de dois dentes de leite cariados.

Esse quadro já foi pior há 10 anos, mas ações preventivas mostram que é possível chegar à idade adulta sem cárie. Entre elas está a visita periódica ao cirurgião-dentista, o que pode reduzir em 69% a incidência da doença já entre os pequenos pacientes na faixa etária de 0 a 3 anos. “Com maior rede de atendimento odontológico em todo o País, fluoretação das águas e conscientização em todos os níveis da sociedade pode-se buscar, em um futuro próximo, chegar à saúde bucal ideal, que é manter todos os dentes até o final da vida”, orienta Silvio Cecchetto.

Parcerias

Estiveram presentes na ação representantes de entidades e empresas parceiras da campanha nacional do Dia Mundial da Saúde Bucal – entre eles, Rubens Côrte Real de Carvalho, tesoureiro do Conselho Federal de Odontologia (CFO); Claudio Miyake, presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP); Paulo Henrique Fraccaro, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo); Ruy Salvari Baumer, presidente do Sindicato das Indústrias de Artigos e Equipamentos, Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Sinaemo); Knud Hove Sorensen, diretor do Sinaemo; Gilceu Pace, do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC); Cynthia Cruz, da Colgate; e Larissa Correia, da Johnson & Johnson. Também fazem parte da iniciativa a Associação Paulista de Cirurgiões-dentistas (APCD), a Associação Brasileira de Ensino Odontológico (Abeno), a Federação Nacional dos Odontologistas (FNO), o Instituto Pedro Martinelli Pró-Odontologia (IPM), a Associação Paulista de Protéticos (ApdespBR) e todas as unidades da ABCD nas cinco regiões brasileiras, além das regionais da APCD no Estado de São Paulo, totalizando cerca de 100 unidades.

Colgate, ARM Odontologia, Johnson, Cremer e Oral B foram as empresas do setor que doaram kits de higiene bucal e materiais para atendimentos necessários à ação.

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Voluntários

Estes foram os cirurgiões-dentistas voluntários que atenderam a população na Paulista, no período das 9h às 15h: Rodrigo Bueno Moraes, Ricardo Martinelli, Fabiana Quaglio, Fernando Versignassi, Ana Maria Mortean e José Miguel Tomazevic.