O Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, é uma boa oportunidade para falar dos direitos das crianças. Instituído em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é o conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como objetivo a proteção integral das pessoas nestas faixas etárias.
O ECA ressalta que as crianças e adolescentes são pessoas em desenvolvimento, a quem se deve assegurar prioridade absoluta na formulação de políticas públicas e destinação privilegiada de recursos nas dotações orçamentárias. A criança não deve trabalhar. Deve, sim, estudar e… brincar. Deve ter assegurado o seu direito a alimentação, saúde, moradia etc.
Mas não só o Estado possui obrigações junto às crianças. Os pais – ou aqueles responsáveis pela educação – têm um papel fundamental. Com relação à saúde bucal, são eles quem devem incentivar o estabelecimento de hábitos de higienização e alimentação saudável ainda na infância. Bons hábitos adquiridos pela criança nos primeiros anos serão levados para a vida adulta.
O que devem fazer? Podem começar dando o exemplo. Ao cuidar bem dos próprios dentes, os adultos mostram às crianças a importância da saúde bucal. Hábitos como o da escovação após as refeições e antes de dormir se tornam parte da rotina da família.
Os cuidados devem começar antes do nascimento dos dentes. Com o auxílio de uma gaze ou fralda umedecidas em água filtrada ou fervida, o responsável deve massagear e limpar a gengiva, língua e a parte interna da bochecha do bebê.
Depois da erupção dos dentes, deve-se utilizar a escova. Quanto ao creme dental, o uso deve ser cauteloso, porque crianças de até 3 anos costumam engolir a pasta. É comum que as crianças queiram fazer a escovação sozinhas, o que deve ser incentivado. Mas os responsáveis devem acompanhar e complementar com uma segunda escovação, quando necessário. A supervisão deve continuar até que a criança adquira capacidade de fazer uma boa higiene bucal, inclusive com a correta utilização do fio dental.
Em paralelo à higienização, é muito importante que os responsáveis trabalhem na formação de bons hábitos alimentares. Os estudos comprovam que a dieta no primeiro ano de vida influencia a formação de hábitos alimentares nos anos seguintes. A introdução do açúcar na dieta de bebês estimula a predileção, na fase pré-escolar, por alimentos e bebidas adocicados. O consumo de balas, chocolates, refrigerantes e outros alimentos e líquidos ricos em açúcar por crianças pré-escolares está diretamente associado à incidência de cáries.
Por fim, os responsáveis devem levar as crianças a consultas com cirurgiões-dentistas. A Academia Americana de Odontologia Pediátrica (American Academy of Pediatric Dentistry) recomenda a realização de uma consulta logo no primeiro ano de vida, em parte para que os pais recebam orientações. A partir de então, as consultas devem ser regulares e sempre que houver suspeita de cáries ou outros problemas odontológicos.