Expectativas CFO 2009-2012

Doze dos 26 delegados eleitores que votaram na eleição do CFO falam sobre as expectativas em relação ao novo plenário.

Continuidade e renovação. Essa combinação aparentemente paradoxal resume bem o sentimento expresso pelos 12 delegados eleitores ouvidos pela equipe do Portal do CFO, logo após o anúncio do resultado da eleição, no dia 6 de novembro, que consagrou o novo plenário com 88% dos votos – 24 dos 26 delegados eleitores presentes (o de Santa Catarina não compareceu).

A aposta na continuidade da gestão Miguel Nobre teve como destaque, em boa parte, o êxito obtido pelo Conselho Federal, nos anos 2000, nas articulações feitas dentro do Congresso Nacional – em defesa dos projetos de lei ligados à Odontologia – e do Governo Federal, junto aos Ministérios da Saúde, Educação e do Trabalho.

Por meio dessa ação, a Autarquia – ou seja, CFO e CROs – se consolidou perante o poder público como um interlocutor imprescindível quando o assunto em questão é a saúde bucal da população ou a manutenção da formação dos profissionais de Odontologia, notadamente os cirurgiões-dentistas.

Já a expectativa por renovação, que de uma forma ou de outra fica evidente nas declarações dos delegados eleitores ouvidos – a maioria deles, também presidentes de Conselhos Regionais – tem um foco definido: o maior investimento no diálogo e na parceria com os CROs.

Veja a seguir as respostas de cada um à pergunta “Qual a sua expectativa em relação ao plenário eleito do CFO?”:

Alagoas – Carlos Roberto Cerqueira de Menezes:

“Eu confio no novo plenário do CFO porque esse pessoal é de cabeça boa, é politizado, então a tendência é que tenhamos uma Odontologia mais forte e mais competitiva. Mas o plenário que sai agora também fez um trabalho excelente, é preciso reconhecer.”

Ceará – José Claudio Cid Pereira:

“Acho que é um grupo novo, embora tenha pessoas que participaram da gestão que se encerra. A gente tem esperança de renovação, afinal, são novas ideias e esses colegas estão se comprometendo a dedicar sua força de trabalho para que o CFO esteja mais próximo dos Conselhos Regionais. As propostas que eles apresentaram, de modificações e de melhorias, são muito boas. Embora a gente acredite que o grupo anterior tenha trabalhado com seriedade.”

Ao ser questionado se destacaria algum ponto específico que necessite ser melhorado no CFO, respondeu: “Seria interessante uma maior interação dos Regionais com o Federal. Ela já existe, mas são muito mais plenárias ordinárias. Acho que é preciso mais plenárias extraordinárias. Os Conselhos Regionais podem contribuir muito mais do que têm contribuído ultimamente.”

Espírito Santo – Elio Silva Lucas:

“Por conhecer o dr. Ailton, eu espero uma boa presidência, ele é um cara muito bom, muito correto”, resumiu, antes de elogiar a organização da eleição.

Mato Grosso – Marcos Benedito Fava:

“A expectativa é grande, haja vista o trabalho desenvolvido pelo dr. Ailton na equipe do dr. Miguel. E tenho certeza que esse novo grupo que assume fará um trabalho digno, de responsabilidade junto à classe odontológica, em parceria com todos os Conselhos Regionais.”

Mato Grosso do Sul – Silvano da Silva Silvestre:

“Levando em conta o cenário pré-eleitoral, em que se vislumbrava até três chapas, eu acredito que o trabalho desenvolvido pelo dr. Ailton na composição e articulação com os CROs deu o resultado que aí está: dos 27 Estados, 24 votaram favoravelmente. Isso dará tranqüilidade para que ele, nos próximos três anos, faça uma administração conjunta com todos os Conselhos Regionais.”
Para Silvano, o presidente Miguel Nobre, que dirigiu o CFO de 2000 a 2009, “foi o grande construtor do que nós estamos vendo aí”, ao trazer a democracia para dentro dos Conselhos e estimular a participação política na classe odontológica.

Minas Gerais – Arnaldo de Almeida Garrocho:

“Pela qualidade dos conselheiros e pela história de vida de cada um acredito em uma magnífica gestão. Dr. Miguel tem grande mérito na participação política do Conselho, que abriu as portas dos Ministérios da Saúde e Educação para a Odontologia nesses nove anos.”

Paraná – César José Campagnoli:

“A expectativa nossa é de que nos próximos três anos o dr. Ailton dê continuidade ao trabalho desenvolvido pelo dr. Miguel. É claro que sempre que uma nova equipe entra para comandar uma entidade, como no caso do CFO, busca resolver alguns problemas que ficaram atravancados ao longo dos anos. Uma das principais metas deve ser a área política. O CFO tem o poder de discutir com os órgãos competentes uma política que atenda à Odontologia. A grande maioria dos Estados deu um voto de confiança ao novo plenário.“

 Piauí – Antônio Francisco Costa:

“Espero que a nova administração atue na defesa da Odontologia e, principalmente, dos cirurgiões-dentistas. O novo plenário deve zelar pelo prestígio dos CDs, atuando de forma ética e com dedicação.”

Rio Grande do Sul – Joaquim Cerveira:

“Eu tenho as melhores expectativas em relação ao novo plenário. Até porque nós [o Estado do Rio Grande do Sul] participamos desta nova composição, com a CD Maria Rita Ibañez de Lemos. O Rio Grande do Sul, que apresenta um dos melhores quadros de saúde bucal, acompanhou a equipe do dr. Miguel e, agora com o dr. Ailton, nós esperamos manter as boas intenções e, de certa forma, inovadoras, para guiar da melhor maneira a Odontologia brasileira. Espero que este novo plenário conserve a ação política da Autarquia e priorize a questão administrativa, consolidando o sistema de Conselhos e a união dos órgãos.”

Sergipe – Augusto Tadeu Ribeiro Santana:

“Acredito numa continuidade. O plenário presidido pelo dr. Miguel foi de uma importância muito grande para a Odontologia brasileira. Com certeza, dr. Ailton e sua nova diretoria e plenário irão corrigir as falhas que aconteceram, se é que aconteceram. Mas a expectativa do Brasil todo é que a Odontologia saia fortalecida.”

São Paulo – Emil Adib Razuk:

“É grande nossa expectativa. Eles têm tudo para fazer o trabalho de transformação que precisamos”. O presidente do CRO-SP destacou o que considera a missão deste plenário: “preparar o CFO para o século 21”. Na opinião de Razuk esse desafio passa necessariamente por investimentos em tecnologia da informação, como os que o CFO e o CRO-SP já vêm fazendo. “Nós digitalizamos nosso banco de dados que reúne mais de 8 mil páginas. E o CFO tem recursos para dar sequência ao trabalho que já vem desenvolvendo.”

Razuk lembrou que o cirurgião-dentista é um dos profissionais que mais sofre, “em virtude da proliferação indiscriminada de cursos de Odontologia que tornou o mercado de trabalho realmente péssimo”. Por esta razão, acredita ele, o papel do CFO e CROs é divulgar e valorizar o profissional, conscientizando a população de que “saúde bucal é integrante da saúde geral, é indispensável.”

“Esse grupo está bem intencionado. A intenção é um fator importante. Esperamos que ela se concretize para ajudar a minimizar os problemas da classe odontológica brasileira”, finalizou.

 

Tocantins – Juliano do Vale:

“A expectativa é a melhor possível, pois acredito que haverá continuidade do trabalho que vinha sendo feito, pelo fato de Ailton ter feito parte dessa diretoria. A gente espera que a nova turma que vai gerir o CFO também continue o que foi feito de bom e implante novas políticas para a Odontologia.”
Na opinião de Juliano, um dos principais desafios da nova diretoria será a “unificação da fala dos Conselhos de Odontologia”. Segundo o presidente do CRO-TO, é fundamental que “CFO e CROs falem a mesma língua na defesa do cirurgião-dentista”.

 

Marcelo Pinto e Isabelle Guerin