No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel, que substituía o Imperador D. Pedro II, em viagem ao exterior, assinou a Lei Áurea, que formalmente acabou com a escravidão no Brasil. A lei possibilitou a libertação de cerca de 720 mil escravos (quantitativo aferido nos registros do ano anterior).
Logo após a Proclamação da República, o governo instituiu um feriado nacional em 13 de maio em “comemoração da fraternidade dos Brasileiros”. O feriado existiu até 1930, quando o Presidente Getúlio Vargas o revogou.
De fato, há pouco o que celebrar. O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir completamente a escravatura. Ao contrário do que foi feito nos EUA, depois da abolição, não houve no nosso país medidas efetivas que permitissem o acesso da população negra a terras e moradias e a sua incorporação ao mercado de trabalho.
Mesmo depois de 129 anos da Abolição, o passado escravocrata continua a macular a sociedade brasileira. Estudo divulgado nesta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), órgão da ONU, aponta que os negros brasileiros estão dez anos atrás dos brancos em termos de qualidade de vida.
O índice de desenvolvimento humano (IDHM) da população negra, em 2010, foi de 0,679, inferior ao IDHM de 0,777 da população branca. O indicador varia de zero a um – quanto mais próximo de um, melhor o índice – e mede a qualidade de vida considerando a renda e critérios de saúde e educação.
Em 2000, o IDHM dos negros era de apenas 0,530 e o dos brancos era 0,675. Ou seja, os negros demoraram dez anos para chegar ao IDHM que os brancos tinham em 2000.
Neste 13 de maio, o CFO propõe uma reflexão sobre a triste herança da escravidão e renova os votos pela diversidade na Odontologia, que está sempre aberta a todos.